quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A Muralha



Por Wagner Luiz Serpa.

Hoje à tarde falei com um amigo ao telefone. Conversa vai, conversa vem e ele curiosamente me falou: “hoje tem jogo do Mengão hein…e aí? Vai ter aquela resenha no Face?” rsrs...gostei. Não me sinto mais tão sozinho diante do notebook.
Assisto aos jogos sempre só e em casa. Na verdade, prefiro assim. Concentrado, às vezes feliz, às vezes com raiva, preocupado, esfuziante, apreensivo, beijando a TV ou xingando o Márcio Araújo. Não necessariamente nessa ordem, mas estou sempre lá.
E escrever aqui é uma forma de exprimir os mais profundos e primitivos pensamentos futebolísticos, os que ficam entalados por todos aqueles 90 minutos e, se não compartilhados, podem causar até problemas existenciais. Flamenguista é assim, exagerado.
Mas, de fato, posso dizer que isso tudo aqui poderia até ser uma conversa comigo mesmo. Já bastaria. Mas não. Ainda bem que vocês estão aí.
Em cada postagem metida a resenha que faço, elas têm, em média, 10 valiosíssimas curtidas. São amigos que, flamenguistas ou não, curtem futebol ou então curtem as palavras. Ah sim, também tem a minha mãe.
Mas vou dizer pra vocês que não acho esse número pequeno. De jeito nenhum. Acho deveras expressivo. Sabem por que? Não? Então vem comigo:
Tenho em torno de 200 amigos no FB. Isso quer dizer que, em média, 5% dos brothers dão aquela curtida nos humildes textos que posto.
Façamos então uma analogia bem otimista, quase beirando o devaneio: a torcida do Flamengo tem em torno de 30 milhões de apaixonados, certo? E se todos eles tivessem acesso às rubro-resenhas? Sabe o que aconteceria? Teríamos algo em torno de 1,5 milhão de curtidas. Tá bom ou não tá?
Então, para os meus amigos que estão sempre dando aquela moral por aqui, saibam que vocês representam toda essa massa de doutrinadores, devoradores de títulos. Também somos conhecidos como flamenguistas.
E para refletir, sou de opinião que, no Planeta Facebook, mais valem 10 “joinhas” do peito e da alma do que 1000 sem conteúdo ou sem identificação. Simples assim.
Falando nisso, hoje teve jogo do Flamengo.
E pra quem achou que seria fácil, não foi. Paraná é time bem razoável, joga certinho, com limitações técnicas em quase todas as posições, é verdade, mas não é time bobo não. Aliás, hoje em dia não existe mais isso no futebol. Assim como o Fla, também está em 5º lugar no Brasileiro. Só muda a divisão.
O Flamengo por sua vez, de mistão e juniores, não conseguiu nada no tempo normal, empatou em 1 x 1 em jogo fraco tecnicamente e a decisão foi nos pênaltis.
Loteria que nada. Pênalti é pra quem sabe e pra quem tem sangue frio. É onde se separa os homens dos meninos. E separou-se. Os meninos perderam suas cobranças e veio a eliminação. Que sirva de aprendizado para os torneios que ainda estão em jogo.
Por fim, um breve pensamento: na China, existe uma muralha, gigante, impávida, colossal, motivo de orgulho para seu povo.
Cada um tem a muralha que merece.

SRN. E não é pouco não.

domingo, 27 de agosto de 2017

Os Fatos e os Números


Por Wagner Luiz Serpa.

- 1ª rodada do Brasileiro, maio/17:
Posse de bola: 54%
Finalizações certas: 3
Passes certos: 401
- Jogo de hoje, ago/17:
Posse de bola: 50%
Finalizações certas:14
Passes certos: 439
Se compararmos os números entre os dois jogos de Flamengo x Atlético Paranaense neste Brasileirão, concluiremos que:
Houve uma pequena diminuição de posse de bola, mas é evidente que hoje se tem muito mais qualidade e objetividade nessa posse, tanto que observamos que o número de passes certos aumentaram consideravelmente.
Houve também jogadas de ataque muito melhor engendradas e com muito mais precisão. Retrato disso são as quase 5 vezes mais finalizações certeiras no confronto de hoje em relação ao primeiro jogo.
Mas, principalmente, e bota principalmente nisso: consistência defensiva, consistência defensiva, consistência defensiva, consistência defensiva: 4 jogos, nenhum gol sofrido. E isso é um afago e tanto diante da rubro-zaga peneira de outrora.
Ah sim, não falamos do placar: Na 1a rodada: 1x1. Hoje: 2x0 Flamengo.
Contra fatos, dados e números não há argumentos.
Enfim, tudo ainda muito no começo, mas, por enquanto, o presságio não poderia ser melhor.
Agora, numa reflexão nada racional e super-bem flamenguística: - "a resposta, quando vem no afã, é fato que será falha. Se eficaz, é lenta, evolui com o tempo, assim como se acalma as dores do mundo e se transmuta a alma. Com o tempo." É o Poderosão na proa certa.
E resenha boa é assim: análise fria, mas na maior parte é amor e paixão mesmo. Afinal de contas...

SRN. E não é pouco não.


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Respeitam. E Muito.


Por Wagner Luiz Serpa.

Não sou especialista, sou torcedor. Mas vi o jogo. E como vi.
Clássico é foda. Clássico no Maracanã é para poucos. Clássico no Maracanã contra o Flamengo, meus amigos, sem clubismo, mas é diferente, futebol não basta. Quem sabe um pacto com os Deuses?
O Botafogo nem de perto foi o time organizado e disciplinado taticamente de outrora, praticamente não entrou em campo, jogando por uma bola vadia.
Primeiro tempo frouxo, segundo tempo de domínio rubro-negro, claro e cristalino. Um drible improvável e um gol. Foi o bastante.
Respeitam muito, quase medo, isso ficou claro.
E deixaram chegar. O resto da história vocês já conhecem.

SRN. E não é pouco não.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O Barco Agora tem Comando


Por Wagner Luiz Serpa.

Melhorou. Foram apenas dois dias de trabalho, mas melhorou. Não sei se mero efeito placebo, mas tive a clara sensação de um time mais maduro, mais organizado, responsável com a bola nos pés e sem ela também.
O que já é notório é que os jogadores de hoje em dia são meros fazedores de coisas, tirando um ou outro diferenciado. A arte na bola é privilégio para muito, muito poucos e o que mais tem contado em campo é o suor, a correria e a “ocupação de espaços”. Por isso, acredito na doutrina, na filosofia de jogo e no estilo adotado por um time. Metódico mesmo.
Vejam o líder do campeonato brasileiro como joga, quase robótico, adversários extremamente estudados e o time ali, esperando a falha. 1x0 tá bom.
Se é assim que tem que ser, que seja.
E que venham os líderes, o barco agora tem comando.

SRN. E não é pouco não.