domingo, 27 de setembro de 2020

Respeita a base!

 

Por Wagner Luiz Serpa

‘O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior’. Calma, essa frase não é minha, é de Platão, 400 anos antes de Cristo. Sim, há mais de dois milênios, o honorável filósofo grego já cravava uma verdade que perduraria até hoje no seio de nossa sociedade.

A política está sim entranhada na nossa alma, no nosso dia-a-dia e, na maioria das vezes, não temos a mínima noção disso, acreditem. E é lógico que não seria o futebol que ficaria de fora de toda essa máxima.

Por falar em política, Palmeiras e Flamengo jogaram hoje à tarde em São Paulo, mas a verdade é que esse confronto começou há dias, nos corredores da CBF e nos anais do Judiciário.

Até os últimos minutos antes do horário do jogo, ninguém, absolutamente ninguém tinha noção se haveria ou não a partida. E teve foi capítulo essa novela. Pedido de cá, recurso de lá, mas no final a ‘dona’ CBF falou mais alto e fez a bola rolar no Allianz Parque.

Com quase dois times inteiros de jogadores infectados, além de treinador, preparador físico, médico, vice de futebol, presidente e por aí vai, foi improvisado, desfigurado e mutilado que o Flamengo reuniu forças onde não tinha, apelou pra sua base pra compor o elenco e foi a São Paulo representar nossas cores. Naquela altura, todos os indicativos era o de um Flamengo combalido. Menos o nosso orgulho, esse seguia intacto.

E o Palmeiras, hein? Ah, o Palmeiras! Independentemente de qualquer fator sanitário ou humanitário, fez questão do jogo! Presidente do clube que ameaçou, Confederação Paulista de Futebol que engrossou o coro, patrocinador que esbravejou e até os jogadores que fizeram declaração oficial por escrito. Tudo em prol da realização da partida, querendo se fazer valer do momento enfraquecido do rubro-negro. Enfraquecido? Sei.

Quando a bola rolou, e durante todo o espetáculo, o que vi foram aqueles que vociferaram, querendo porque querendo encarar o ‘frágil’ Flamengo, se calarem. Aqueles tão bravos e valentes nos bastidores, escalados com força máxima, se resumiram ao silêncio e ao medo, muito medo de perder a partida.

Com os nossos meninos em campo, assistimos uma equipe à vontade, com personalidade, impondo o ritmo, trocando bola, superando-se, glorificando-se e fazendo história. Jogaram muito e, dada todas as circunstâncias que permearam o confronto, protagonizaram um evento inesquecível.

Um empate com o gosto da maior das vitórias e do jeitinho que nós somos especialistas: na adversidade.

SRN.

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terça-feira, 22 de setembro de 2020

Quando lutei de verdade

Por Wagner Luiz Serpa

Foi aos cacos, desfigurado, infectado, abalado e mal treinado. Mas o jogo haveria. Sim, houve o embate, a batalha mostrou-se a minha frente. Assim, o desafio era a virada, era finalmente entrar em campo pela Liberta, pois semana passada não entrei, não honrei meu nome. Libertadores é sinônimo de luta.

E quando lutei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento não seria em vão, pois o regozijo viria no final, o céu que se abriu e a vitória que encontrei. Não há tempestade que dure pra sempre. O nome disso é fé.

Quando lutei de verdade, parei de desejar que tudo fosse diferente, parei de pensar que os anjos por mim não mais conspirariam e, assim, vi que tudo o que acontece contribui e nos faz crescer. O nome disso é amadurecimento.

Quando lutei de verdade, livrei-me dos fantasmas adormecidos, das lembranças amargas, ressurgi, refazendo minha história. O nome disso é superação.

Quando lutei de verdade, percebi o abraço e a lágrima do amigo-irmão que você nunca viu na vida, mas que veste o mesmo manto. Vislumbrei o poder de realizar, de gritar aos sete ventos, de chorar de alegria, de raiva, de amor, de contentamento. O nome disso é privilégio.

Quando lutei de verdade, vi que o que verdadeiramente me representa não é a estrutura, o investimento, o dinheiro, o elenco caro, não! Minha praia é outra, parceiro! Sou forjado na rua, na chuva, na adversidade, no barraco improvisado, na casinha de sapê. Sou ‘cabra’ raiz, sou raça, sou Rondinelli e o combustível que sempre me alimentou é a vontade, a disposição, o carrinho na linha de fundo e, principalmente, a atitude de vencedor que trago no meu DNA. Na bola, no peito, do jeito que tiver que ser. O nome disso é Flamengo.

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domingo, 20 de setembro de 2020

'Viúvas' de Jorge Jesus

Por Wagner Luiz Serpa

Muitos são os compatriotas rubro-negros (sim, compatriotas, pois somos uma Nação) que mesmo após dois longos meses ainda não conseguiram superar a troca repentina e inesperada de treinador que o futebol do Flamengo sofreu. ‘Adeptos’ que, otimistas ou não, seguem atormentados pela nostalgia e tristeza que a falta do antigo técnico proporciona aos corações desses torcedores. São conhecidos pejorativamente como as ‘viúvas’ de Jorge Jesus. Mas será que é à toa esse sentimento?

As ‘viúvas’ de JJ jamais viram um cara de fora das quatro linhas reger o time da forma como ele regia, com a liderança sem precedentes que nenhum outro ousou ter em toda a história do nosso Flamengo.

Lembram como o insano portuga chegou por aqui, em terras tupiniquins, quebrou paradigmas, mudou o perfil da equipe, transformou jogadores, calou jornalistas e encantou até mesmo os rivais, embora não assumam. Fez com que fôssemos da dúvida à glória eterna, do ‘cheirinho’ ao respeito. Temor eu diria.

As ‘viúvas’ de JJ têm saudade de vencer e convencer, da intensidade, do estilo doutrinador do Flamengo de outrora. Do Mister boladão, pai e carrasco, de cabelos ao vento gritando como uma fera à beira do ‘relvado’, empurrando o time pra frente, sempre pra frente, não importasse o placar. Pensavam: esse aí me representa.

Sentiam a sinergia, a união entre arquibancada e campo, cantando, apoiando, pressionando, sufocando, goleando, não parando, dando show. E no comando estava o homem ali, indócil, mascando seu chiclete. Até música ele tinha.

As ‘viúvas’ de JJ recordam que foi o sessentão alucinado que nos tirou de uma fila de 38 anos e nos deu o tão esperado bi da Liberta e de quebra o Hepta Brasileiro. Sim, nos deu. Sem JJ não teríamos conseguido e estamos vendo isso na prática.

E como era bom acordar de manhã e se deliciar assistindo à ‘saia justa’ dos comentaristas anti-Flamengo, obrigados a engolir diariamente o sucesso da ‘favela’ e todo o despeito e inveja destilados a cada programa de televisão.

No entanto, hoje, sem o sinistrão lisboeta, observam o super elenco campeão das américas, de altíssimo investimento, de atletas badalados e milionários, transformar-se num reles bando, num timinho comum, posicional e previsível.

Por outro lado, as ‘viúvas’ de JJ também têm a certeza de que não adianta remoer o passado, o que passou, passou, ficou na história, uma linda história que acabou. Sabem que o Clube de Regatas do Flamengo e a Nação Rubro-negra são maiores que qualquer um e o que enxergam à frente é a necessidade, a missão, a obrigação de viver o presente, pensar o futuro e viabilizar a reconstrução. O resto é memória, reconhecimento e gratidão. Temos todo tempo do mundo. Ou não.

Enfim, compatriota, se de alguma forma você se identificou com a narrativa desse desabafo, saiba que provavelmente também és um deles. Mas, se ser ‘viúva’ de Jorge Jesus é simplesmente querer que o ano de 2019 seja um roteiro futebolístico que se repita eternamente em nossas vidas, eu assumo, também sou, todos nós somos.

SRN. O novo sempre vem.

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quinta-feira, 17 de setembro de 2020

É esse o Flamengo de Domènec?

 


Por Wagner Luiz Serpa

Lá se vão três séculos que nosso continente foi amplamente colonizado pelos europeus. E foi na base da espada e do sangue derramado que as nações sul-americanas conquistaram sua liberdade. Quase todas. Assim, marcados na história ficaram os grandes homens que lideraram seus exércitos e arrancaram a tão sonhada independência. Eles são conhecidos como os libertadores da América.

Séculos depois, iniciava-se aquele que viria a ser o mais difícil, o mais duro, o mais complexo torneio de futebol do planeta, torneio esse batizado com o nome que homenageia aqueles heróis.

A Taça Libertadores da América, ou Conmebol Libertadores como agora é conhecida, é um esporte à parte. É coração quente, é mente gelada, é estádio-caldeirão, é intimidação, é torcedor hostil, é falta de oxigênio. É a máxima provação, o desafio maior em busca da glória eterna. No nosso caso, a guerra agora é pelo tricampeonato. No entanto, pelo que vimos hoje, todo esse clima de combate e sangue nos olhos parece não fazer mais parte do perfil do nosso ‘novo’ Flamengo. Simples assim.

Hoje, foi no frio e na altitude da cidade de Quito no Equador que o atual campeão Flamengo voltou a campo para mais uma batalha. Desde o último jogo da fase de grupos, foram exatos 190 dias de espera. O rival desta noite foi o eficiente, matreiro e traiçoeiro Independiente del Valle, comandado pelo competente Miguel Angel Ramirez, treinador que foi alvo do Fla antes da contratação de Domènec.

O Rubro-negro iniciou a partida escalado sem o famoso ‘Dome-rodízio’. Bom, pelo menos eu acho que não. Na verdade, não temos como afirmar, pois tem sido bem difícil compreender qual o critério utilizado pelo técnico. O que sei é que Diego Ribas e Willian Arão iniciaram jogando e o atacante Bruno Henrique esquentando o banco. Vida que segue.

Jogo morno, sem graça e em baixíssima rotação no 1º tempo, mas mesmo assim, com os erros sucessivos de saída de bola e com a já conhecida marcação frouxa do Fla, várias foram as chances de gol criadas pelo Del Valle. Numa dessas, facilmente abriram o placar. O time do Independiente é rival duro, disso já sabíamos, gosta da bola e briga muito por ela. E isso é tudo que não vemos mais no Flamengo.

Na 2ª etapa, quando se esperava uma reação do time do Ninho, foi aí que tudo desandou de vez. Apático, sonolento, frágil, inoperante, confuso e mal treinado, o irreconhecível Flamengo tomou um gol atrás do outro. Acho que foram cinco, mas a verdade é que cabiam muito mais.

Goleado e, pior que isso, dominado com muita, muita facilidade. Não estamos mais acostumados com isso.

A preocupação agora é com a continuidade do trabalho, pois, com o altíssimo investimento feito, isso não é papel que se faça. Mas não é mesmo.

Com toda a minha indignação e perplexidade, deixo a pergunta pra vocês: é esse mesmo o Flamengo de Domènec?


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domingo, 13 de setembro de 2020

E o rodízio de Domènec perde mais uma


Por Wagner Luiz Serpa 

E o rodízio de Domènec continua a todo vapor. Aliás, esse é um dos assuntos mais comentados na tv, rádio, internet, mesas de bar e etc. Aquilo que é uma prática muito comum nas grandes ligas europeias de futebol, por aqui, abaixo da linha do equador, tanto os atletas quanto a torcida não curtem muito esse negócio de não ter um time titular definido. Minutagem dos atletas, ritmo de jogo, elenco mais equilibrado, enfim, muitas são as justificativas. Mas ainda não nos acostumamos com isso.

No entanto, embora o elenco do Flamengo seja repleto de bons jogadores, o que por um lado confere certa coerência a essa rotatividade, verdade é que na maioria das vezes haverá aquela considerável perda de rendimento da equipe. Concorda? Então vem comigo: tem como comparar o zagueiro Léo Pereira, o lateral Renê e o atacante Vitinho com Rodrigo Caio, Filipe Luis e Arrascaeta? Não tem como, né parceiro. É lógico que em algum momento, ou em todos, vamos sentir a queda técnica do time.

Na noite de hoje, foi com os ‘reservas’ titulares de Dome que o Flamengo foi pro jogo contra o Ceará. E como palavras o vento leva, foi ali, na prática, no campo de jogo que pudemos comprovar a nossa teoria.

Durante todo o 1º tempo, vimos o Fla com bastante dificuldade em fazer valer sua superioridade e, se não apenas em razão da menor qualidade técnica dos ‘titulares’ do Mengão, talvez pela falta de entrosamento ou mesmo pela nenhuma inspiração dos atletas em campo. Embora com mais posse de bola e mais finalizações, o que vimos foi o time com extrema dificuldade na saída de jogo, pouca criatividade no meio-campo e nada competente na hora de chutar a gol. Enfim, bem abaixo do que pode jogar.

Logo no início do 2º tempo, um lance de jogo pra confirmar a nossa teoria: escanteio cobrado pela direita do ataque do Ceará na altura da linha da pequena área do Flamengo, os dois zagueiros rubro-negros subiram na bola pra cortar de cabeça e os dois conseguiram falhar ao mesmo tempo, no mesmo lance, ‘furaram’ a bola e 1×0 pros donos da casa.

Enquanto isso, o melhor zagueiro do Brasil, Rodrigo Caio, observava tudo confortavelmente sentado no banco de reservas.

Cinco minutos depois, mais uma bola cruzada pelo mesmo lado, uma falha de antecipação da defesa e mais um gol cearense. Esqueci de dizer que, além de Rodrigo Caio no banco, o lateral esquerdo Felipe Luis, também poupado, assistia à partida certamente do sofá de sua casa.

Após os gols sofridos, a partida retomou o ritmo de outrora: dificuldade na saída de bola, pouca criatividade na criação e nenhuma competência nas poucas oportunidades de finalização do Fla.

Ah sim, e por falar em pouca criatividade no meio de campo, não poderia deixar de lembrar que um dos melhores meias do mundo, Giorgian De Arrascaeta, também poupado pelo ‘Dome-rodízio’, sem dúvidas que acompanhava a partida de casa, de pé pro alto e tomando um chimarrão.

Depois disso, o Ceará tocou a bola, envolveu o Flamengo, fez valer a vantagem no marcador e garantiu os 3 pontos.

O campeonato vai fluindo e é evidente que até então acompanhávamos uma evolução da equipe rubro-negra, o time ganhando corpo, volume de jogo, condicionamento físico e assim todos nós aos poucos nos acostumando com as ideias e com o perfil do novo comandante. Só aqui é resenha, é pós-jogo e a ideia é exatamente retratar o que aconteceu hoje. Bom, hoje nada deu certo pro time da Gávea.

Se o time foi mal escalado, se o rodízio não funcionou, se as substituições não resolveram ou se o jogo posicional do Sr. Torrent nem sempre vai fazer a diferença, tudo isso tem que ser estudado e analisado. Vamos aguardar os próximos episódios.

O que eu sei é que esse negócio de rodízio, sei não.

SRN.

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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Superior, mas acomodado.

 

Por Wagner Luiz Serpa

O Fla x Flu é conhecido como um dos clássicos de futebol mais charmosos do planeta e também representa uma das maiores rivalidades clubísticas do Brasil. Desde 1912, sempre foi assim.

Na edição de hoje, o que tivemos foi um jogo completamente rubro-negro, com domínio tático, superioridade técnica e displicência, necessariamente nessa ordem. Diante de um Flamengo muito melhor, mas extremamente acomodado, o Fluminense foi mero coadjuvante.

O time da Gávea tem repetido a mesma estratégia nos primeiros minutos de jogo: marcação pressão esgoelando o adversário em seu campo de defesa. Nesta noite não foi diferente, amassou o Fluminense, dominou todas as ações sem deixar o tricolor carioca se quer respirar. Nem percebi e já estava 2×0. Excelente início de partida pro Fla, que envolvia com facilidade o adversário e, taticamente falando, protagonizou talvez o melhor primeiro tempo do Flamengo nesse campeonato.

Mas parou por aí. No 2º tempo inteiro, o Flamengo abdicou do jogo, “sentou” no resultado e, diante de um Fluminense que persistia apático, perdido e jogando por uma bola promíscua, o Mengo acomodou-se em campo e perdeu a vontade de jogar. No final, numa falha individual, o Flu ainda diminuiu o marcador, mas já era tarde.

O escritor Nelson Rodrigues dizia: “o Fla x Flu começou 40 minutos antes do nada”. Sem dúvida, uma frase poética, composta para denotar a mística, a riqueza histórica desse confronto e a importância do clássico pra cada torcedor.

O jogo de hoje contou mais um capítulo dessa saga e, se não foi o mais empolgante, o mais vibrante e aquele que deixaria o falecido poeta orgulhoso, pelo menos valeu pela vitória, pelos três pontos e pela vice-liderança.

Que venha o próximo.

SRN.

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sábado, 5 de setembro de 2020

Faz o gol e mostra o muque, parceiro!




Por Wagner Luiz Serpa

Quando o juiz apitou o início do jogo, comecei a escrever. Foram uns 15 minutos ou umas 10 linhas de pura emoção de finalmente ver o nosso velho Flamengo de volta, sufocando, abafando, amassando, encurralando o adversário. Nem tanto.

O Flamengo começou o jogo de hoje no modo 2019. Sinistro! Marcando dentro da pequena área do Fortaleza. E vou te falar: como que nós flamenguistas gostamos dessa marcação lá encima! Demonstra poder, superioridade, controle, domínio, todas aquelas palavras que são tão sinônimas de Flamengo. Mal começou e Everton Ribeiro já fez das dele. Chapéu no goleiro e mais um golaço pra coleção. Placar aberto e presságio de goleada. É titular ou não é?

Só que o Fortaleza é time malandro, bem treinado, aplicado taticamente. Segurou daqui e dali e, poucos minutos depois, num lance despretensioso encontrou nos pés do nosso lateral Isla um pênalti desnecessário. Igualdade no marcador e uma ducha de água fria na rapaziada rubro-negra.

Os Deuses da bola sabem que seria exatamente neste momento que viria da arquibancada o canto, o hino, o brado de nós os eternos gladiadores! Era nesta hora que entraríamos em campo pra empurrar e apoiar nossos heróis em direção ao triunfo. Só que os tempos são outros. Seguimos em casa ou nos bares como verdadeiras feras enjauladas, assistindo de longe aquilo que mais leva emoção aos nossos corações. Sem a magnética, sem nós os enlouquecidos de vermelho e preto, aquilo lá é apenas cimento, grama e nada mais. A pandemia transformou o Maracanã num estádio comum.

A partir daí, o jogo não engrenou mais, as ações ,dois times meio que se equilibravam. O Flamengo tentando atacar e o adversário se defendendo, mas sempre perigosamente mostrando suas garras nos contra-ataques. Assim, a tristeza e a angústia passavam a tomar as nossas almas, afinal, tudo já se encaminhava pro derradeiro e para um empate sem graça, entristecendo aquele tão belo fim de tarde no Rio de Janeiro.

Só que não. No começo do segundo tempo, havia entrado em campo um jogador bem conhecido nosso. Visivelmente bolado com a reserva, não tinha participação expressiva na partida até então, deu poucos toques na bola, alguns erros de passe, meio desconcentrado no jogo. Mas, de repente, um lançamento, um chute de primeira e o segundo gol. A vitória sofrida finalmente veio e nos últimos minutos. Eram os três pontos mais importantes de todos os tempos da última semana.

Por um momento, eu não mais acreditava. Mas ainda tinha o Gabigol. Faz o gol e mostra o muque, parceiro!

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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Vitória do Elenco


Por Wagner Luiz Serpa

Finalmente, o nosso Mengão deu as caras. Após um longo e tenebroso “inverno”, parece que o fortíssimo time que tanto nos acostumou a vencer está voltando a jogar bola. Com marcação em linha alta, posse de bola, boa movimentação e notória evolução da parte física, o Flamengo não tomou conhecimento do Bahia e meteu foi gol no jogo de hoje em Salvador. Até agora, o melhor do ano.

Aos dois minutos, em falha grotesca na saída de bola, o Flamengo já abria o placar. Aos 15, ampliou em bom chute de fora da área. Com boa participação na partida, foi o atacante Pedro que converteu os dois primeiros.

E teve foi gol bonito hoje. O terceiro, numa troca de passes excepcional e com direito a finalização de “peixinho” de Arrascaeta. O quarto gol foi uma verdadeira pintura, gol de placa de Éverton Ribeiro. Alias, que fique bem claro que esses dois atletas são peças que se encaixam perfeitamente em campo e todos nós sabemos que podem e devem jogar juntos. Ah sim, ainda teve o quinto do Arrasca pra fechar a conta.

Uma falha individual aqui, um erro de cobertura ali, o que permitiu ao Bahia “achar” três gols, mas foi muito mais em razão de erros do Fla do que por mérito do time adversário. Enfim, verdade é que o “resumo da ópera” foi bem positivo e voltamos pra casa com três pontos importantíssimos e com uma boa impressão da evolução da equipe. Vitória do Flamengo, mas principalmente vitória do poderoso elenco montado ao longo dos últimos anos.

Não sei vocês, mas eu já estou com a cabeça na próxima partida, pois esse negócio de ver time na minha frente da tabela é algo que não estou mais acostumado. A pergunta que não quer calar é como nosso treinador vai escalar agora esse time titular. Bruno Henrique e Gabigol que se cuidem.


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