quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

36 anos depois...


Por Wagner Luiz Serpa

E ele estava ali, sentado no chão da sala sobre as almofadas. O jovem menino há dias ansiava por aquele momento tão esperado. Passara a semana inteira falando no tal jogo. O horário já era bem avançado pra sua idade, o que seria capaz de lhe provocar os primeiros bocejos. Mas não. Dormir definitivamente não estava nos seus planos. A pequena televisão de tubo ligada sobre a mesa servia-lhe como autêntica sessão de hipnose. Naquele modesto apartamento no bairro de Botafogo, era ele e sua mãe. Mais ninguém.

E sem se dar conta, o moleque estava prestes a presenciar um fato histórico, inesquecível pra qualquer rubro-negro. Do outro lado do planeta, um time de futebol que entrou em campo, encantou o mundo e se sagrou campeão. Mas não era um time qualquer não. Era o Flamengo. De Zico, de Leandro, de Júnior e de todos nós. E a paixão do garoto era mesmo esse tal Flamengo, aquele clube que, desde muito novo, já lhe arrancava os mais profundos sentimentos. Na época ele nem sabia o porquê, só sabia que seria pra sempre. 

Esse menino era eu e o dia, 13 de dezembro de 1981, há 36 anos. Mas, lamentavelmente, com a noite de ontem a semelhança ficou apenas no calendário.

Inevitável, mas houve a noite de ontem. Poderia não ter havido. E por falar nela, afirmo que o último jogo do ano talvez tenha servido para retratar exatamente quem foi o Flamengo em 2017. Foi o Flamengo da desorganização, o Flamengo da correria e o Flamengo da bola aérea. Basicamente isso. Inspiração zero e planejamento, se houve, não deu pra notar.

Na noite de ontem, de fato, tudo poderia ter sido bem diferente. A começar pela balbúrdia e selvageria, que na verdade se iniciou na véspera e se prolongou até horas depois do embate. O Flamengo e sua torcida perderam dentro e fora de campo, respectivamente. Esse é o resumo da ópera. Já passou da hora de torcedor de futebol entender que lugar de ganhar jogo é na grama e na arquibancada. Ponto.

Falando da partida em si, a que rolou entre as quatro linhas, essa também poderia ter sido diferente. Imaginem só se o Everton marcasse aquele gol, cara a cara, daqueles que não se pode perder nem no campeonato do colégio? Ou se o Paquetá tivesse convertido aquela primeira chance que teve também no início? E se o Rever tivesse estufado a rede aos 47 do segundo tempo? Com 'cerveja' que o viés da nossa prosa seria outro, pelo menos quando o papo for futebol propriamente dito. Mas vamos combinar? Qualquer outro resultado que ocorresse a favor dos donos da casa seria por pura obra do acaso, pois o Flamengo não jogou futebol suficiente pra vencer o Independiente em nenhum dos dois jogos.

Por falar em Independiente, lembrai-vos que a equipe deles custou 170 milhões de reais a menos que a do Fla. Só 170. Uma diferença marcante quando o assunto é investimento em jogadores. Aliás, uma diferença marcante quando o assunto é qualquer um. No entanto, à revelia de todo o dinheiro gasto com elenco, existe algo que o Flamengo não consegue determinar ou encontrar há algum tempo: padrão de jogo. Não há treinador nacional ou estrangeiro que dê jeito nisso.

Verdade é que a dor é grande, mas vai passar. O ano não foi dos melhores, mas nem tudo foi em vão. Ou pelo menos espero que não, pois vai depender das atitudes de nossos dirigentes daqui pra frente e de que forma eles vão abordar toda essa derrocada.

Explicações poderiam ser muitas, mas nada além de tudo que já foi dito por aqui durante todo o ano. Agora é deixar a poeira assentar e iniciar, desde ontem, o planejamento para o ano que vem.

2018 já tá aí piscando farol.


SRN. E não é pouco não.


Leia também em: http://www.flaresenha.com/2017/12/36-anos-depois.html


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Sou mais Mengão



Por Wagner Luiz Serpa

Foram 16 anos de espera. E finalmente o Flamengo voltou a disputar uma final de competição internacional. Mas decisão mesmo ficou pro Rio de Janeiro, pois, embora tenha havido a vitória dos donos da casa, foi pelo placar mínimo. Assim, tudo é possível, tudo está em aberto. E bota aberto nisso.

É sempre duro jogar fora de casa contra times argentinos. Sempre. E o rival da vez é sete vezes campeão da Libertadores. Só sete. E não houve nada nesse primeiro jogo da final que não sabíamos que iria acontecer. Teve pressão, teve sufoco e teve a qualificada, envolvente e bem treinada equipe do Independiente mostrando suas garras. O que não sabíamos é que o rubro-negro iria abusar do jeito que abusou dos erros de passe. Foram dezenas deles. Nem vale a pena enumerar.

A partida começou toda nossa, inclusive no placar. Logo no começo, o gigante Rever acertou mais uma daquelas cabeçadas e colocou o Fla na frente. Era o presságio de um resultado todo favorável ao rubro-negro. Só que não. Os hermanos sabiam muito bem o que fazer com a bola e quando conseguiram se encaixar em campo, pra nossa infelicidade, as coisas começaram a mudar.

Ainda no 1º tempo, numa perda de bola de Everton Ribeiro lá no ataque, surgiu o gol de empate. Aliás, o ponta não esteve bem, errando muitos passes e se posicionando muito mal em campo. Willian Arão também oscilou demais, alternando lances importantes com jogadas de pouca ou nenhuma qualidade. Os argentinos poderiam facilmente ter ampliado o marcador ainda no 1º tempo, pois foram superiores e dominaram praticamente todas as ações.   

No começo do 2º, a já anunciada virada do Independiente. E foi com belo gol, um chutaço de primeira no cantinho de César. 

Mas foi aí que o Flamengo passou a mudar de perspectiva. Corajosamente, Rueda fez substituições ousadas, colocou o time pra frente e encarou de igual pra igual os donos da casa e o lotadíssimo estádio-caldeirão. O Flamengo cresceu e empurrou os argentinos pro seu campo. Mas, meu amigo, os contra-ataques eram de arrepiar. Eles também são muito bons nisso.

O placar não foi mais alterado, não houve o sonhado e desejado gol de empate. Mas foi ali, naquele Flamengo dos últimos 20, 25 minutos de jogo que vi que essa taça só não é nossa se não quisermos. A vantagem é mínima, apenas de um gol, e dentro do Maracanã, não preciso nem dizer, sou muito mais Flamengo.

O fato inusitado desta final de torneio é que, além dos 40 milhões de privilegiados flamenguistas, está rolando também um apoio extra de torcedores. Tem uns gatos pingados por aí que também estão ligadinhos no confronto. Fato é que existem outros três clubes brasileiros, digamos, nada simpáticos ao Maior do Mundo, que serão diretamente beneficiados em caso de título do Mengão. São eles: Vasco da Gama, Atlético Mineiro e Sport Recife. O Vasco querendo conquistar uma vaga na fase de grupos da Libertadores. O Atlético, se classificar pelo menos pro mata-mata prévio daquela competição. E o poderoso Sport Recife, o grande campeão do Módulo Amarelo de 1987, que anda mendigando uma vaga na Sula do ano que vem. Todos eles atingem seus objetivos com a conquista da Sudamerica pelo Fla. São Arquirrivais históricos, mas, por profunda ironia rubro-negra, estão obrigatoriamente na dolorosa torcida pelo título do nosso Flamengo. Eles dizem que não.

Semana que vem tem mais, tem o jogo derradeiro, a final de verdade, o jogo em que a taça ficará aguardando, no campo, qual capitão a pegará nos braços. Réver neles. 


SRN. E não é pouco não.


Leia também em: http://www.flaresenha.com/2017/12/sou-mais-mengao.html

domingo, 3 de dezembro de 2017

O que é Libertadores?


Por Wagner Luiz Serpa

Os séculos XVIII e XIX foram determinantes na história do nosso continente. Amplamente colonizado pelos espanhóis, foi na base da espada e do sangue derramado que as nações sul-americanas conquistaram sua independência. Quase todas. E o nome de alguns homens ficaram marcados para sempre na história de seus países como os grandes líderes que os conduziram a essa vitória. Eles são conhecidos como os Libertadores da América.

Em 1960, iniciou-se aquele que viria a ser o torneio mais importante do futebol sul-americano. Ele foi batizado com o nome que traria essa grande homenagem àqueles heróis. E se os Libertadores da América subjugaram seus oponentes na base da luta e da unha, o nome de batismo dessa competição de futebol não poderia ter sido escolhido de forma mais coerente. A Copa Libertadores da América não é só um torneio entre clubes, é um evento à parte, é o campeonato de futebol mais duro, mais complexo do planeta.

Jogar uma Libertadores é de uma representatividade tamanha para uma equipe, seja financeira, seja esportivamente. Mas a Libertadores não é só esporte. Se fosse não seria Libertadores. Futebol não basta. Também é guerra, é combate onde as armas é que são outras. Bola e chuteiras? Mais que isso. É preciso coração quente e mente gelada.

Com exceção das arenas brasileiras padrão Fifa, os estádios são quase todos sem estrutura. Às vezes falta até água e normalmente é só no vestiário dos visitantes. As torcidas sempre hostis e via de regra extremamente próximas ao campo. Os ‘arquibas’ por lá cantam, e cantam, e cantam, durante todo o tempo, não importa o resultado. É pressão pura. Ah sim! Dependendo do local do jogo, também falta oxigênio.

Essa é a Libertadores, o campeonato mais desejado por 10 entre 10 jogadores do lado de baixo do equador.

E o passaporte para fazer parte de toda essa provação finalmente foi carimbado. Com muito sofrimento e tensão e apenas na última rodada do Brasileiro, o Flamengo se garantiu na fase de grupos da Liberta. Detalhe que a vitória veio apenas aos 50 minutos do 2º tempo e em pênalti infantil cometido pelo adversário. Enfim, pudemos respirar aliviados.

Mas cá pra nós: sofrer pelo jogo do seu time tudo bem, mas sofrer pelo jogo de mais 3 ou 4 ao mesmo tempo foi demais! Mas tá bom. Bom que a pressão pra decisão da Sula diminui deveras e a rapaziada poderá entrar em campo mais tranquila e confiante.

Bora torcer, bora rezar, bora fazer qualquer coisa pro tempo passar bem rápido, pois a semana que chega será decisiva e 4ª feira é dia. Dia de separar os homens dos meninos.

E como já disse aqui nas rubro-resenhas, um resultado no mínimo aceitável na casa dos ‘cara’ já será suficiente. Bora é trazer essa ‘guerra’ pros nossos domínios, lotarmos o Maracanã e transformar aquele estádio no pior dos piores caldeirões! Daqueles que fariam até Simón Bolívar tremer de medo.

Não sei você, mas eu tô levando fé.     


SRN. E não é pouco não.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Futebol, uma ciência nada exata


Por Wagner Luiz Serpa

Dezembro de 2009. Essa foi a data que ele chegou ao Flamengo. De lá pra cá, um bom retrospecto em equipes da base, mas raríssimas participações no time principal. Em 2017, amargou ser rebaixado a 4º goleiro do plantel. Mas essa história pode estar tomando outro rumo desde a partida de ontem à noite.

Após a recente contusão do nosso principal goleiro e titular absoluto, Diego Alves, Alex Muralha voltou a defender a meta do Fla, fato que durou apenas dois jogos. Falhou feio novamente, foi fulminado por todos os lados e saiu de cena. Acredita-se que, no Flamengo, para sempre. Foi nesse momento que reapareceu o mais novo velho conhecido goleiro da Gávea: o jovem César.

Todo flamenguista que se preza sabe exatamente o quão penoso tem sido o dilema vivido pelos goleiros do clube neste ano. Falhas, lesões e muita, muita desconfiança. A maré não está pra peixe debaixo das traves rubro-negras.

E daí? O tempo não para. E ontem o Flamengo teve que entrar em campo novamente pra partida decisiva pela Copa Sul-Americana. De fato, a equipe esteve longe de fazer uma boa apresentação, mas, pelo menos, jogou com inteligência, respeitou suas limitações e, mesmo com a vantagem do empate, ainda garantiu a vitória e a classificação pra finalíssima. Mas, principalmente, ontem era dia de César.

O goleiro, que não jogava uma partida oficial há quase dois anos, foi brilhante, impecável durante todo o confronto, salvou o Mengão em defesa dificílima no comecinho do jogo e ainda pegou um pênalti no final, em momento crucial da partida. Isso mesmo, um pênalti! Se posicionou, não escolheu canto, esperou a batida do jogador e pulou com precisão. Do jeito que todo bom goleiro deve fazer.

A história de César é no mínimo interessante. Cria da base, nunca se firmou. Foi emprestado a times menores, se contundiu e, de volta à Gávea, jamais fora aproveitado por nenhum treinador. Ontem, ele ajudou a comprovar que o futebol nem sempre se pode medir, ou mensurar. Interessante mesmo é a vida, que nos prega peças a cada segundo.

O ano não acabou e a esperança de mais um título em 2017 ainda é uma chama acesa. O Independiente da Argentina é time de peso, maior campeão da Libertadores da história e essa final vai ser osso duro de roer. Não há dúvidas com relação a isso.

É respirar fundo e, assim como no jogo de ontem, colocar mais uma vez o cérebro em campo. Ruim de tudo, se trouxermos um resultado no mínimo mediano pra casa, no Maraca a gente resolve essa bronca.

E andam dizendo por aí que os argentinos são os favoritos pro duelo. Sinceramente? Eu gosto é assim.

SRN. E não é pouco não.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Nada resiste ao Muralha




Por Wagner Luiz Serpa

Semana passada, pela Sul-Americana, Diego Alves deixou sua clavícula em lance de coragem e arrojo, salvando o que poderia ser o primeiro gol do Júnior Barranquilla. A história de hoje começa por aí.

Já falei e vou repetir. Entendo o futebol como um esporte extraordinariamente coletivo, dentro e fora das 4 linhas. Mas tudo tem um limite. E esse limite é cruzado quando deixamos de observar o erro comum, o vacilo médio, e passamos a analisar o desatinado, o negligente. 

E após leve e breve reflexão, a conclusão que chego é que o goleiro Muralha é caso para estudo. Sinceramente, não consigo entender o que se passa pela cabeça do mais novo maior algoz rubro-negro. Um jogador em xeque, pressionado, execrado, repleto de péssimas atuações e recheado de culpa em gols bisonhos que tomamos, desde que o mesmo passou a vestir o rubro-manto. Será que este seria o comportamento e a mentalidade mais adequada para a sua atual realidade?

Ontem foi o ápice. Tentou fazer o que não precisava. O temerário. O improvável. Driblar um adversário a três metros de um gol vazio? Cá pra nós, isso não é coisa pra Muralha. Isso não é coisa nem pra Manuel Neuer. Logo ele que todos dizem que anda sofrendo de profunda crise de identidade e confiança, desde as mais recentes aparições e falhas homéricas pelo Fla. Será? Não pareceu. Não seria a boa e simples falta de qualidade técnica? Acredito na segunda hipótese.

No momento difícil que o clube atravessa, contando míseros pontos, juntando as migalhas, quase mendigando uma vaga pra Liberta, aquela atitude foi no mínimo irresponsável, leviana. Isso pra não usar outras palavras menos educadas porém mais adequadas. Era chutaço e acabou. Chute na bola, na crise, pra onde estiver apontando o nariz!

Concordo que o time como um todo não vem lá mostrando futebol de alto nível. Não! Mas ontem foram 27 finalizações do Flamengo contra apenas três do Santos. Eu disse três! Duas delas entraram. Na terceira, a trave teve que se encarregar de defender. Como pode? Nada resiste a isso.

Analisando a tabela do campeonato e os confrontos de nossos rivais diretos para as últimas vagas da Libertadores, vejo que, definitivamente, acendeu-se o sinal de alerta. Os quatro times, além do Flamengo, que ainda buscam a tal classificação jogarão em casa e três deles terão confrontos contra adversários pouco motivados e sem mais nenhum objetivo na competição. Já o Flamengo enfrentará uma equipe num sprint louco! Tentando escapar da degola e vindo de vitória fora de casa. E de virada. Abre o olho, Mengãozinho.

A fatídica 38ª rodada se aproxima e o temor, o fantasma de mais uma hecatombe rubro-negra ficará até lá em nossos corações, até as primeiras horas da noite de domingo.

Lembrai-vos de 17 de maio. Lembrai-vos de San Lorenzo.


SRN. E não é pouco não.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Foi no modo Flamengo

Por Wagner Luiz Serpa

Primeiro foi o frio na barriga, peculiar das decisões.

Depois, o susto, o baque, a preocupação, uma contusão que não poderia acontecer. Não com ele. Um goleiro caído e um pedido de substituição.

Instantes depois, a bola defensável e o gol.

A partida nem bem começara e o Flamengo já sentia dois duros golpes. O cenário de caos se desenhava e os colombianos mostravam a que vieram.

Time enjoado esse de Barranquilla. Forte na marcação, aplicado na ocupação de espaços e com um baixinho na ponta direita que era um azougue e que deu muito trabalho. Aliás, dará de novo.

Após o gol, por alguns segundos, o Maraca, perplexo, se calou. Quem frequenta os jogos do Mengão sabe do que estou falando: é aquele momento de silêncio que perfura a alma. Mas depois vem o grito. Ontem veio o hino, cantado a plenos pulmões pelos mais de 40 mil presentes. Lógico que arrepia.

A resposta tinha que vir no campo, não tinha jeito. Mas não vinha, teimava. O time ‘inspiração zero’ de Rueda esteve em noite incrivelmente infeliz tecnicamente. Era bola alçada na área e quase nada além disso. No entanto, poderíamos enumerar mil palavras para definir a apresentação quase heroica de ontem: dedicação, aplicação, garra, sangue, vontade, suor, insistência...ontem seu nome foi Flamengo.

Só que o jogo era difícil, truncado, penoso e confesso que não acreditei que daria. Imaginei que se jogassem mil minutos aquela bola insistiria em não entrar.

“Mas quem és tu, pobre mortal, que não crê nos deuses da bola? Não sabes que eles vestem vermelho e preto? Siga teu povo e o regozijo virá no final!”

E quando tudo já se encaminhava pro derradeiro, de cabeça ao vento, o interminável Juan encontrou um cruzamento e colocou números iguais no placar.

E cai pra dentro, Magnética! Vem pro campo! Alguém leva a bola pro meio que a música não pode parar!

E não parou. Foram mais alguns minutos de peleja e, finalmente, a recompensa: em chute preciso e bem-aventurado, Vizeu, ele mesmo, o homem do dedo em riste, fez um golaço, explodiu a massa e me fez chorar. Tínhamos que vencer esse jogo.

No final, vi que o meu descrédito, minha desesperança era um equívoco. Mas que erro bom foi esse...

Só na bola não deu, teve que ser do modo Flamengo.


SRN. E não é pouco não.

domingo, 19 de novembro de 2017

Teve de tudo. Teve até atitude


Por Wagner Luiz Serpa 

A gangorra rubro-negra segue a todo vapor, mas hoje pelo menos estivemos na parte mais alta. E lembra o que conversamos outro dia sobre o intangível? Pois é, desta vez ele entrou campo.

A Ilha do Urubu foi palco ainda há pouco do confronto entre Flamengo e Corinthians. E a partida foi no mínimo interessante: estreia do menino Lincoln, goleada encima do campeão do torneio, golaço improvável de jogador esquecido no elenco e, pasmem, quebra-pau entre companheiros de time. Rolou de tudo um pouco. Teve até atitude.

O campeão brasileiro de 2017 entrou em campo para cumprir tabela, naquele ritmo meio que desinteressado e com desfalque de meio time. Só que o Mais Querido não estava ali pra fazer número, o resultado positivo era importantíssimo e essa história de entregar faixa pra campeão nunca fez muito a nossa cabeça. E se entregou, foi carimbada três vezes com o selo rubro-negro de qualidade. E cabia mais. Quanto aos desfalques, vamos combinar que essa foi a especialidade do Flamengo em 2017. Hoje não foi diferente.

O lance mais estapafúrdio do jogo e um dos mais bisonhos do rubro-negro no ano, foi o ‘fight’ entre o zagueiro Rhodolfo e o atacante Vizeu. Já vi coisa parecida no futebol, mas não nessa intensidade. Empurra-empurra na área, soco de cá, cabeçada de lá e a turma do deixa-disso entrando em ação. Com direito inclusive ao famoso “te pego lá fora”, como nos bons tempos do sub-11. Lamentável, inusitado e vergonhoso.

Mas nem tanto. E eu explico. Embora a cena tenha sido ridícula e passível até de punição pelo árbitro, alguma coisa de proveitoso podemos tirar do episódio. A leitura mais otimista seria que os caras estão tão mordidos, tão incomodados com a situação do time, com as cobranças da torcida, com a imprensa sodomizando, com os blogueiros na corneta, que a rapaziada já está de pavio tão curto que qualquer reação mais alterada dentro de campo já causa revertério. Sinal de que sentiram o golpe e estão buscando uma resposta. Enfim, o soneto foi péssimo, mas quem sabe a emenda não venha a ser boa no futuro?

Seriedade, arrumação tática e sangue nos olhos. O Flamengo de hoje foi o que tanto cobramos por aqui. E cá pra nós: a galera da ‘arquiba’ que veste vermelho e preto nem de longe tem como característica exigir do time o jogo bonito, o drible improvável, o show de bola. Não! Se vier é lucro. A nossa praia é outra, parceiro! O Flamengo foi forjado na rua, na chuva, no barraco improvisado, na casinha de sapê. Flamengo é raiz, é Rondinelli, e o nosso combustível sempre foi a vontade, a disposição, o carrinho na linha de fundo, a briga, a raça. E o que verdadeiramente nos representa é a atitude de vencedor que trazemos no nosso DNA. Na bola, no peito, do jeito que tiver que ser. Flamengo é isso.

Somos todos favela. Somos todos rubro-negros.

E não é pouco não.


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Só deu Mengão


Por Wagner Luiz Serpa.

Mais uma vez o poderoso Flamengo entrou em campo e mostrou seu já conhecido repertório. Como de costume, o rubro-negro dominou por completo as ações, propôs o jogo e acuou o limitado Coritiba rigorosamente pelos 90 minutos do embate. Se é que podemos chamar de embate o que vimos no Estádio Couto Pereira. Na verdade, foi ataque do Fla contra a defesa adversária. 

Os números não mentem nunca, isso já sabemos. E se analisarmos os indicativos da partida, como posse de bola, chutes a gol, cruzamentos na área e escanteios a favor, veremos o domínio por completo, uma lavada rubro-negra em todas as direções.

Para quem não assistiu ao jogo, os parágrafos acima descreveriam uma grande vitória do Flamengo. Mas infelizmente não foi bem assim. Embora a narrativa retrate a fiel realidade da partida, um pequeno detalhe passou despercebido: o placar. E esse mais uma vez não nos foi favorável.

Novamente como visitante, em lance de bola parada, com nova falha defensiva e desta vez com direito até a gol contra de zagueiro. Logo o Juan. É o pálido, burocrático e inofensivo roteiro rubro-negro que mais uma vez se fez presente e que vai se consumando rodada após rodada. O que testemunhamos esta noite foi o nosso rival entrar em campo e não precisar fazer absolutamente nada para vencer o jogo. Nem mesmo o gol.

E será que ainda há tempo para buscar alguma explicação técnica ou tática para as celeumas do Fla? E explicar mais o que? O inexplicável? Pelas ruas da Gávea, o que gostaríamos que pudesse ser esclarecido é imponderável, intangível. Atitude por exemplo. Essa não se pode mensurar. Ou tem ou não tem. 

O relógio tem sido nosso inimigo e o que nos resta ainda, e apenas, é acreditar que no próximo jogo nossos nobres representantes dentro de campo farão definitivamente valer seus polpudos contratos e mostrarão nas três rodadas que faltam aquilo que não conseguiram em nenhuma das 35 que se foram: o orgulho único de vestir essa camisa.

Sei não.


SRN. E não é pouco não.  

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Isso aqui não é Flamengo




Por Wagner Luiz Serpa.

O que está acontecendo no Reino da Gávea? Qual a origem de toda essa problemática? Seria apenas uma simples inconstância técnica? Ou é um caso de falta de comprometimento? Ainda existe motivação entre os jogadores? Será que há um verdadeiro líder dentro de campo? O que causa o acometimento por tantas falhas individuais e coletivas num grupo tão qualificado? Diante do atual cenário, a lista de perguntas ainda seria bem maior.

O Flamengo de hoje é um dos clubes mais saudáveis do Brasil. Comparado a um passado bem recente, mudou completamente seu perfil. Aumentou receita, diminuiu dívidas, adquiriu transparência no mercado, construiu CT, montou um elenco invejável e caríssimo, contratou treinador badalado, equacionou passivos financeiro, moral e ético.

No entanto, verdade é que, a despeito do notório avanço esportivo e social, a sua equipe profissional de futebol, maior patrimônio do clube depois da torcida, não conseguiu até hoje engrenar sequer uma sequência de bons jogos em nenhum dos campeonatos que disputa ou disputou. Diferente disso, oscila, oscila e oscila. E essa gangorra rubro-negra já está passando dos limites.

De certo que, durante qualquer empreitada, todo bom grupo sempre vai atravessar um ou outro momento mais difícil. Isso é normal. Mas da forma corriqueira que ocorre com o Rubro-negro, já é motivo para análise profunda e cuidadosa.

E o que ocorre nesses momentos de angústia e derrota é o povo da mídia e da arquibancada encurtando a visada e metendo o dedo na cara do primeiro zagueiro que aparecer para despejar toda a ira e culpa por anos de incontinência futebolística. Desculpem-me, mas não é por aí. Não vejo dessa forma. Não pode ser dessa forma.

Se o tal marcador faz um monte de lambanças lá atrás, ele não falha sozinho. Falhou quem o escalou, falhou também quem o contratou. Futebol é coletivo, desde o roupeiro, passando pelos executivos da bola até chegar ao presidente. O problema do Flamengo é sistêmico.

Mas tudo isso é papo pra depois de 03 de dezembro, data do último jogo do ano. Independente da atmosfera pesada que paira no ar, a ordem agora é juntar os caquinhos, ver o que sobrou de nós, respirar fundo e garantir a famigerada vaga pra Liberta. Qualquer coisa além disso é bônus, é luxo, é lucro.

SRN. E não é pouco não.


  

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Do Jeito que a Molecada Gosta


Por Wagner Luiz Serpa.

Vencemos. E não podia nem pensar em ser diferente. Jogando em casa e após a derrota acachapante no último fim de semana, o Flamengo, mesmo apresentando rendimento no máximo mediano, conseguiu superar o Cruzeiro e faturou três pontos importantíssimos na luta para se manter na zona de classificação da Libertadores. Sem alguns dos mais importantes jogadores do elenco, o destaque ficou mesmo para os meninos da base.

Paquetá, desta vez escalado no meio-campo, sua posição de origem, fez jogo em excelente nível. Visivelmente mais maduro desde que estreou nos profissionais, Lucas vem apresentando grande habilidade, domínio de bola e um futebol a cada dia mais consistente. O garoto vem sim dando conta do recado, com direito inclusive a algumas jogadas de efeito e plasticidade. Quem sabe o período que passou jogando improvisado no ataque não tenha lhe feito bem?

Outro 'menor' que sempre merece comentários é Vinícius Júnior. O 'rebento' entrou faltando pouco mais de 10 minutos pro fim, mas foi dele o gol derradeiro da partida, aquele que fechou a tampa e acalentou nossos, até então, angustiados corações. Detalhe é que a magnética já pedia a entrada do moleque desde o começo do 2º tempo. Ou talvez desde o começo do século. Torcedor sabe das coisas.

Não tão mais garoto assim, mas sempre com muita disposição, o canhota Éverton também merece destaque. Foi o autor do 1º gol e também participou do 2º, dando passe preciso e em profundidade que colocou VJ de cara pro goleiro adversário. Foi marcar e chamar pro abraço.

Tudo certo. 2x0. Missão cumprida. Missão cumprida? Nem tanto. É impossível não notar e não se incomodar em ver o Flamengo jogando pra tão pequeno público. É antagônico com nosso clube, com nossos princípios e com a nossa definição de 'massa rubro-negra’. Confesso que, já há algum tempo, existem perguntas sem respostas que povoam meus pensamentos e que hoje eu resolvi compartilhar. Então lá vai:

- por onde anda a nossa imensa torcida? Por onde andam os incansáveis gladiadores que outrora povoavam maciçamente a 'terra santa'? Será que não borbulha mais o rubro-sangue em suas veias? Ou será só o preço astronômico dos ingressos? Vale a reflexão?

SRN. E não é pouco não.







segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Antes Fosse só a Derrota



Por Wagner Luiz Serpa.

O Flamengo jogou ainda há pouco contra o Grêmio Porto-alegrense. Jogou e perdeu. Mas antes o problema tivesse sido apenas a derrota. Não foi. O que preocupa é a forma como se deu o revés. 

As derrotas acontecem. Toda equipe vai perder um dia. É a ordem natural. Mas o Flamengo não. O Flamengo quando perde normalmente é com requintes de crueldade.

O Grêmio é time forte, bem treinado, entrosado, talentoso, envolvente. Mas afirmo sem medo de errar que hoje não precisava de nada disso, pois jogava contra uma equipe apática, confusa, sonolenta e cometendo falhas pra lá de grotescas, dignas das piores peladas de finais de semana. Um detalhe sórdido é que há 23 anos o Fla não vence o rival em seus domínios. E dessa vez era evidente que a escrita perduraria, pois o Flamengo foi a Porto Alegre a passeio.

Entendo que um time do tamanho do Rubro-negro Carioca, que enverga uma camisa importante como poucas no país e no mundo, não pode se dar ao luxo de perder da forma que perdeu: indolente, displicente, irresponsável. O retrato disso foram as patuscadas defensivas que originaram os 3 gols adversários. Não acho justo individualizar responsabilidades num esporte que é eminentemente coletivo, mas hoje foi demais.

O Fla ainda tem a Copa Sul-americana como objetivo maior até o final da temporada, na tentativa de salvar o turbulento ano de 2017. No entanto, acredito que, mais importante que ganhar o tal torneio, é ter em mente que não se pode, de jeito nenhum, deixar escapar a classificação para a Liberta do ano que vem.

Se ganhar a Sula, “formou” geral, saímos bem na foto. A sonhada classificação garantida e de quebra mais um caneco internacional pra galeria. Porém, contudo, todavia, lembrai-vos que se “der ruim” e o título escorregar temos que estar garantidos no Grupo dos “G's” do Brasileirão. E isso não é negociável. Ouviram? Vou repetir:  isso não é negociável.

E é nessa vibe que deixamos aqui o alerta: abre o olho Mengãozinho, tá na hora de você começar a jogar no modo "hard". O nosso sorriso depende disso.


SRN. E não é pouco não.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Foi na Raça!




Por Wagner Luiz Serpa.

Em jogo tenso, elétrico e pegado, Flamengo e Fluminense protagonizaram uma das melhores apresentações de futebol do ano, se não pelo critério técnico, mas pelo ponto de vista da entrega e da emoção proporcionada. É bem verdade que a rapaziada desceu a lenha e teve botinada pra todo lado, mas o que não chegou a ofuscar o espetáculo.

Finalmente, o Flamengo se mostrou Flamengo. Mesmo a maior parte do tempo atrás no placar, vestiu a armadura rubro-negra de outrora, chamou a magnética pro campo, se impôs e honrou o cântico das arquibancadas: “pra cima deles Mengo!” E foram, e fizeram, e transformaram em resultado a garra e o suor deixados em campo.

E como não falar de Vinícius Júnior? Entrou no 2º tempo e mudou o panorama da partida, empurrou o time pra frente e foi determinante para a classificação. Definitivamente, o moleque tem condições de ser titular nesse time e o “Profe” vai ter que dar o jeito dele.

Willian Arão foi outro que também se destacou, mesmo cometendo erros defensivos, mostrou doação e aplicação, dividiu bola, peitou adversário e ainda fez o gol derradeiro e salvador. Jogador de Flamengo é isso aí. 

O que fica como reflexão é a análise do nosso Flamengo como um todo e a forma como a equipe “propõe” a maioria dos seus jogos, cria inúmeras jogadas, tem domínio das ações, mas...não consegue transformar em gols a pseudo superioridade em campo. E depois sobra é pra gente o sofrimento. Hoje a superação veio, mas foi unicamente do suor. Pelo menos veio. 

No ritmo do “Ai Jesus”, TMJ na semifinal.


SRN. E não é pouco não.


Foi na Raça



Por Wagner Serpa.

Em jogo tenso, elétrico e pegado, Flamengo e Fluminense protagonizaram há pouco um grande jogo, se não pelo critério técnico, mas pelo ponto de vista da entrega e da emoção proporcionada, sem dúvida tivemos uma das melhores exibições de futebol do ano. É bem verdade que a rapaziada desceu a lenha e teve botinada pra todo lado, mas o que não chegou a ofuscar o espetáculo.

O Flu saiu na frente logo aos 3 minutos de jogo, em bate rebate da zaga rubro-negra, a bola sobrou para o lateral Lucas, que foi feliz e encaixou bom chute para abrir o placar.

A partir daí o Flamengo passou a ser superior, tendo a iniciativa da maioria das jogadas e, como diz o
novo bordão do futebol, passou a “propor o jogo”.

E a bola parada mais uma vez se fez presente, responsável por nada menos que 4 dos 6 gols da partida. O empate veio 6 minutos depois, após falta bem cobrada pelo meia Diego, sem dar chances ao arqueiro adversário. Ainda no 1º tempo, em erro defensivo da zaga, o Flu marcou, de cabeça, com o zagueiro Renato Chaves. 

E o mesmo Renato ampliou no começo no 2º tempo, novamente em jogada aérea, em nova falha de marcação da zaga rubro-peneira.

Nesse momento, tudo parecia perdido. Mas Flamengo é Flamengo, não é bagunça.

Foi quando o técnico Rueda fez substituição acertada, talvez até um pouco tardia: colocou Vinícius Júnior no lugar do lateral Trauco. O moleque mudou o panorama da partida, o Fla empurrou o time pra frente e sufocou o Flu em seu campo.

Minutos depois, aos 22, Vizeu diminuiu pro Poderosão e trouxe a torcida pra dentro de campo.

O empate parecia inevitável. E de fato foi. Mais uma vez com bola parada, desta vez em cabeçada certeira de Willian Arão, o Flamengo igualou o placar a 7 minutos do fim. Era o que precisava. Explodiu a massa e era pra explodir mesmo, pois essa vitória também foi deles.

O que fica como reflexão é a análise do nosso Flamengo como um todo e a forma como a equipe “propõe” a maioria dos seus jogos, cria inúmeras jogadas, tem domínio das ações, mas...não consegue transformar em gols a pseudo-superioridade em campo. 

Hoje a superação veio unicamente do suor, mas pelo menos veio. 

No ritmo do “Ai Jesus”, TMJ na semifinal.


SRN. E não é pouco não.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Um Flerte, Nada Mais



Por Wagner Luiz Serpa.


E foi assim que ela vos olhou. Fitas ao vento, volutuosa, desejada, brilhante, imóvel.

Um flerte, nada mais. O seu tão estimado pretendente sucumbiu. Não precisava ser assim.

Mas por que anulastes então o que de melhor havia em vós?

Por que não honrastes o canto de vossos seguidores?

Por que virastes as costas à coragem?

Por que não fostes apenas vós mesmos?

Deixastes pro final? Esperastes o milagre? Mas de que lado estaria então a intervenção divina

Tarde demais. Os céus se fecharam.

E como bálsamo, dizei ao menos ao teu povo da tua volta, da tua persistência e de como batalharás de novo e novamente.

Tu és gigante e conhecemos o teu nome.


SRN. E você sabe o quanto.


quarta-feira, 27 de setembro de 2017

É Hoje


Por Wagner Luiz  Serpa.

É hoje aquele dia que se acorda inquieto. 

É hoje aquele dia que a adrenalina sobe e o café da manhã já desce entalado.

É hoje aquele dia que a concentração é difícil até para as tarefas mais simples.

É hoje que o dia se arrasta...se arrasta...e parece não ter fim.

É hoje aquele dia que a atmosfera muda e a ansiedade paira no ar.  

É hoje que o coração bate mais forte e se despe de qualquer outro sentimento que não seja o pulsar vermelho e preto da decisão.

Hoje é dia de final. Hoje é dia de Flamengo.


SRN. E não é pouco não.

sábado, 23 de setembro de 2017

Com a Cabeça na Final


Por Wagner Luiz Serpa

Flamengo e Avaí abriram a 25ª rodada do Brasileirão ainda há pouco na Ilha do Urubu. O empate talvez tenha sido um alento diante da péssima atuação do dono da casa. Jogo ruim até pra assistir.

Mais uma vez entrando em campo com um time completamente descaracterizado, o Fla mostrou-se bastante desorganizado, desentrosado e com algumas peças nitidamente sem ritmo de jogo.

Embora o elenco rubro-negro seja de bom nível, ainda existem jogadores que de fato não têm potencial para vestir o manto, seja por deficiência técnica ou até mesmo por uma questão de perfil. Alguns deles jogaram hoje.

O Leão da Ilha saiu na frente com um gol maroto. Bola parada, tal qual a zaga rubro-negra no lance. No segundo tempo, o Poderosão voltou um pouco melhor. Mas foi só um pouco mesmo. No ritmo do abafa, foi pra cima e lá pelos 30 e muitos minutos, o lateral direito Rodnei acertou um chute de perna esquerda que tinha tudo pra ir pra fora. Mas não foi. Golaço. Ah sim, ainda houve tempo para o atacante Viseu perder, bisonhamente, um gol debaixo das traves.

No final, 1x1. E olhe lá.

O Flamengo tem adotado a estratégia de poupar seus principais jogadores nas vésperas de jogos importantes. Normal, mas tem pago um preço alto. Só que jogo importante não vai faltar na próxima semana, pois teremos a finalíssima da Copa do Brasil. Espero apenas que todo esse estratagema dê resultado.

Verdade é que a resenha pode até ser de hoje mas a cabeça já está na 4ª feira. Talvez a deles também.

E que venha o título. Já estou nervoso de agora.    


SRN. E não é pouco não.