Por Wagner Luiz Serpa
Quando joguei de verdade, pude
perceber que a minha angústia, meu sofrimento, não passa de presságio, de
tempestade que não dura, céu que se abre e a vitória que encontras. O nome
disso é destino.
Quando joguei de verdade, parei
de desejar que tudo fosse diferente, parei de pensar que os anjos por mim não mais
conspiravam, e, assim, vi que tudo o que acontece contribui e nos faz crescer. O
nome disso é amadurecimento.
Quando joguei de verdade, livrei-me
dos fantasmas adormecidos, das lembranças amargas, ressurgi, refazendo minha
história. O nome disso é auto-conhecimento.
Quando joguei de verdade, deixei
de temer para ser temido, da dúvida para o brado não mais contido. Vira a
tormenta, a avalanche. Causa medo, eu sei. O nome disso é respeito.
Quando joguei de verdade, percebi
a grande valia da existência, o poder de abraçar o amigo-irmão que você nunca
viu na vida, mas veste o mesmo manto. O poder de realizar o sonho, de gritar
aos sete ventos, de chorar de alegria, de amor. O nome disso é privilégio, o
nome disso é Flamengo.