quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Um Flerte, Nada Mais



Por Wagner Luiz Serpa.


E foi assim que ela vos olhou. Fitas ao vento, volutuosa, desejada, brilhante, imóvel.

Um flerte, nada mais. O seu tão estimado pretendente sucumbiu. Não precisava ser assim.

Mas por que anulastes então o que de melhor havia em vós?

Por que não honrastes o canto de vossos seguidores?

Por que virastes as costas à coragem?

Por que não fostes apenas vós mesmos?

Deixastes pro final? Esperastes o milagre? Mas de que lado estaria então a intervenção divina

Tarde demais. Os céus se fecharam.

E como bálsamo, dizei ao menos ao teu povo da tua volta, da tua persistência e de como batalharás de novo e novamente.

Tu és gigante e conhecemos o teu nome.


SRN. E você sabe o quanto.


quarta-feira, 27 de setembro de 2017

É Hoje


Por Wagner Luiz  Serpa.

É hoje aquele dia que se acorda inquieto. 

É hoje aquele dia que a adrenalina sobe e o café da manhã já desce entalado.

É hoje aquele dia que a concentração é difícil até para as tarefas mais simples.

É hoje que o dia se arrasta...se arrasta...e parece não ter fim.

É hoje aquele dia que a atmosfera muda e a ansiedade paira no ar.  

É hoje que o coração bate mais forte e se despe de qualquer outro sentimento que não seja o pulsar vermelho e preto da decisão.

Hoje é dia de final. Hoje é dia de Flamengo.


SRN. E não é pouco não.

sábado, 23 de setembro de 2017

Com a Cabeça na Final


Por Wagner Luiz Serpa

Flamengo e Avaí abriram a 25ª rodada do Brasileirão ainda há pouco na Ilha do Urubu. O empate talvez tenha sido um alento diante da péssima atuação do dono da casa. Jogo ruim até pra assistir.

Mais uma vez entrando em campo com um time completamente descaracterizado, o Fla mostrou-se bastante desorganizado, desentrosado e com algumas peças nitidamente sem ritmo de jogo.

Embora o elenco rubro-negro seja de bom nível, ainda existem jogadores que de fato não têm potencial para vestir o manto, seja por deficiência técnica ou até mesmo por uma questão de perfil. Alguns deles jogaram hoje.

O Leão da Ilha saiu na frente com um gol maroto. Bola parada, tal qual a zaga rubro-negra no lance. No segundo tempo, o Poderosão voltou um pouco melhor. Mas foi só um pouco mesmo. No ritmo do abafa, foi pra cima e lá pelos 30 e muitos minutos, o lateral direito Rodnei acertou um chute de perna esquerda que tinha tudo pra ir pra fora. Mas não foi. Golaço. Ah sim, ainda houve tempo para o atacante Viseu perder, bisonhamente, um gol debaixo das traves.

No final, 1x1. E olhe lá.

O Flamengo tem adotado a estratégia de poupar seus principais jogadores nas vésperas de jogos importantes. Normal, mas tem pago um preço alto. Só que jogo importante não vai faltar na próxima semana, pois teremos a finalíssima da Copa do Brasil. Espero apenas que todo esse estratagema dê resultado.

Verdade é que a resenha pode até ser de hoje mas a cabeça já está na 4ª feira. Talvez a deles também.

E que venha o título. Já estou nervoso de agora.    


SRN. E não é pouco não.


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

A Melhor e a Pior


Por Wagner Luiz Serpa.

- Defesas seguras e importantes. Pouco acionado, mas hoje fez jus ao investimento. Diego Alves foi Diego Alves.

- Conhece os atalhos, para ele o campo de jogo parece a sua sala de estar. Um monstro, um gol, um ídolo. Juan, o interminável Juan.

- Na defesa, intervenções com extrema precisão. No ataque, desafogou com inteligência a marcação sobre os meias. Habilidade e qualidade. O ala Traucco está de volta.

- Dominou o meio-campo, uma fera na contenção, um trator nas roubadas de bola, visão de lince na armação das jogadas. Partida impecável, o nome do jogo. O nome dele é Cuellar.

- Deu volume ao meio-campo. Tem um estilo de tocar na bola que poucas vezes vi. Um lançamento surreal para o atacante Paquetá no 4º gol. Amigos, sou torcedor e posso mudar de opinião. Então lá vai: Everton Ribeiro é titular em qualquer Flamengo.

- Saídas da área que sempre dão opções para os meias, maior finalizador da partida, movimentação intensa, pivô clássico, indispensável. Centroavante brigador e lutador e se tiver que peitar o zagueiro, é com ele mesmo. Não à toa, ele tem “guerra” no nome. Com esse não tem caô. Paolo dispensa apresentações.

O C.R. Flamengo nos brindou hoje com uma exibição de gala, o time todo, sem exceção. Com os destaques já enumerados, mas o conjunto foi o ponto alto da noite. Não tenho dúvidas que tenha sido a melhor apresentação da “Era Rueda”. E curiosamente diante da mesma Chapecoense, que na última 5ª feira também foi o adversário daquela que talvez tenha sido a pior aparição sob o comando do “profe”. Coisas do futebol.

4x0, mas o resultado não foi o mais importante.

E assim caminha a Sul-Americana. E assim caminha o Flamengo. Tô levando fé nesse torneio.


SRN. E não é pouco não.


domingo, 17 de setembro de 2017

Logo o Senhor, Senhor Jô?




Por Wagner Luiz Serpa.

Ainda há pouco, o Flamengo jogou. E ganhou. Mesmo apresentando um futebol semi-medíocre, venceu o poderoso campeão do Módulo Amarelo de 1987, o Sport.
Mas o assunto aqui hoje não é sobre Flamengo. Hoje o papo é com o Senhor João Alves.
No mesmo horário, Corinthians e Vasco jogavam na arena da equipe paulista e, aos 28 min do 2º tempo, o lance desastroso da rodada: em cruzamento da esquerda, o atacante João Alves, o Jô, escorou a bola claramente com o braço para o fundo da rede. 1x0. Gol irregular, notório, evidente, gritante e na cara do juiz.
Logo o senhor, Sr. Jô? Cara religioso e que cita Deus a cada entrevista concedida?
Logo o senhor, Sr. Jô? Que aponta aos céus a cada triunfo?
Logo o senhor, Sr. Jô? O episódio com o zagueiro Rodrigo Caio nada lhe ensinou?
Logo o senhor, Sr. Jô? Logo o senhor? Interessante é o Ser Humano.
Senão vejamos: os esportistas, assim como os advogados, bancários, políticos, jornalistas, policiais, padeiros, juízes, empresários ou qualquer outra profissão, todas essas pessoas não vêm de um planeta distante, elas saem do meio de nós, de nossa sociedade. E lamentavelmente a sociedade brasileira, em regra, é desonesta. Simples assim mesmo.
Como exigir que o Sr. João Alves, o centroavante, seja diferente? Não dá.
Sr. Jô, saiba que falhou a arbitragem, é verdade. Mas, principalmente, falhou o caráter.

SRN. Lealdade em primeiro lugar.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Onde Estava o Flamengo?




Por Wagner Luiz Serpa.

Flamengo e Chapecoense jogaram ainda há pouco pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. A partida começou morna, com as equipes se estudando, tentando fazer aquela já conhecida leitura inicial do adversário. Aliás “leitura de jogo” é um termo que está na moda.
A Chapecoense tem ido mal no Campeonato Brasileiro e talvez por isso veja neste torneio continental a possibilidade de fazer valer o ano de 2017. Pensando nisso, entrou em campo bastante aguerrida, valorizando cada disputa de bola, utilizando marcação média, aquela que inicia ali pela intermediária do adversário. Mas dali pra trás se apresentava bem vigorosa na marcação.
O Flamengo, por sua vez, entrou em campo com uma escalação que talvez seja de fato a força máxima que o rubro-negro tenha hoje. Sem esquecer de Everton Ribeiro e Vinícius Júnior, ambos no banco, mas em razão da estratégia de jogo adotada e do esquema tático escolhido, 4-2-3-1, com pontas velozes e marcadores, acho que o “profe” acertou em não os escalar de início.
Primeiro tempo rolou por inteiro e praticamente nada aconteceu. Uma bolinha parada pra cá, outra pra lá e quase nenhum perigo às metas rivais.
Reservo-me apenas o direito de dois comentários incidentais, mas por dever de justiça:
Ver o zagueiro Juan com a bola em seus pés tem sido motivo de conforto. Ganhou ritmo e tem jogado muito. Tranquilidade é o seu nome.
Pelo outro lado e talvez o ponto alto da noite, Alan Ruschel. Jogador da Chapecoense que foi um dos sobreviventes do fatídico voo do último dia 28/11. Pela 1ª vez jogando desde o início uma partida oficial, o lateral se apresentou muito bem, sendo um dos melhores enquanto esteve em campo.
No segundo tempo, a Chape foi melhor.
Enquanto tudo parecia seguir em banho-maria, aos 14 min, o goleiro do Verdão do Oeste fez defesa milagrosa. Após cabeceio do capitão rubro-negro, Réver, o arqueiro espalmou pra longe. E vida que segue.
Aos 29, a Chapecoense chegou com perigo. Após um chute despretensioso do atacante equatoriano Penilla, Diego Alves rebateu esquisito, bem naquele estilo “bate-roupa” que já tivemos o desprazer de ver há alguns dias. Mas, por sorte, no rebote Reinaldo chutou mal, muito mal, e pra fora. Seria a maldição dos goleiros da Gávea?
Aos 30, Ruschel foi substituído e ovacionado por todos no estádio. E no Mundo. Aplaudi também, emocionado.
Ao 41, o volante Hector Canteros, ex-Flamengo, encontrou em bom lançamento Penilla, que entrou sozinho na área mas chutou à esquerda do guarda- metas Diego.
Daí pra frente, nada de importante.
E assim foi escrito o embate. No final, ficou bom pra todo mundo. Um bom resultado da Chape diante do Flamengo: dos empates possíveis, o melhor. E um bom resultado do Flamengo diante da Chape: não sofreu gols e levou a decisão, intacta, para sua casa.
No entanto, verdade é que assistimos um jogo bem mais ou menos: sem gols, sem graça e sem Flamengo.


SRN. E não é pouco não.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

A Canção que não Veio



Por Wagner Luiz Serpa.

Pelo Rio da agonia, nós nos sentamos..e lamentamos.
Ao contemplares o cenário, verás que no início até houve regojizo. Mesmo que proscrito, Lucas nos trouxe a glória. Mas infames seriam os deuses se não houvesse a réplica.
E quando os ímpios se ergueram e posicionaram-se diante de vós, levaram-no ao deserto. -Não pegarás. Sussurrou o infiel. E de peito aberto, ao vento, a profecia se cumpriu.
Exigiram então de nós uma canção, que não veio. Os nativos, estes não bradaram. Nosso povo não gritou o grito. Engasgaram. Os ímpios nos tiraram para dançar e a música atravessou.
Será que não borbulha mais o rubro-sangue como outrora? Será que não sois mais os 200 mil gladiadores que dante povoavam a terra santa?
- Não apoiai, então, provarás o fel.
E sem as palavras de vossas bocas, deixai-nos pelo menos que as meditações de nossos corações sejam agradáveis. Se não aqui nesta noite, que seja diferente na próxima. Pois haverá.

Thiago, nº 30, 83 minutos.