segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Isso aqui não é Flamengo




Por Wagner Luiz Serpa.

O que está acontecendo no Reino da Gávea? Qual a origem de toda essa problemática? Seria apenas uma simples inconstância técnica? Ou é um caso de falta de comprometimento? Ainda existe motivação entre os jogadores? Será que há um verdadeiro líder dentro de campo? O que causa o acometimento por tantas falhas individuais e coletivas num grupo tão qualificado? Diante do atual cenário, a lista de perguntas ainda seria bem maior.

O Flamengo de hoje é um dos clubes mais saudáveis do Brasil. Comparado a um passado bem recente, mudou completamente seu perfil. Aumentou receita, diminuiu dívidas, adquiriu transparência no mercado, construiu CT, montou um elenco invejável e caríssimo, contratou treinador badalado, equacionou passivos financeiro, moral e ético.

No entanto, verdade é que, a despeito do notório avanço esportivo e social, a sua equipe profissional de futebol, maior patrimônio do clube depois da torcida, não conseguiu até hoje engrenar sequer uma sequência de bons jogos em nenhum dos campeonatos que disputa ou disputou. Diferente disso, oscila, oscila e oscila. E essa gangorra rubro-negra já está passando dos limites.

De certo que, durante qualquer empreitada, todo bom grupo sempre vai atravessar um ou outro momento mais difícil. Isso é normal. Mas da forma corriqueira que ocorre com o Rubro-negro, já é motivo para análise profunda e cuidadosa.

E o que ocorre nesses momentos de angústia e derrota é o povo da mídia e da arquibancada encurtando a visada e metendo o dedo na cara do primeiro zagueiro que aparecer para despejar toda a ira e culpa por anos de incontinência futebolística. Desculpem-me, mas não é por aí. Não vejo dessa forma. Não pode ser dessa forma.

Se o tal marcador faz um monte de lambanças lá atrás, ele não falha sozinho. Falhou quem o escalou, falhou também quem o contratou. Futebol é coletivo, desde o roupeiro, passando pelos executivos da bola até chegar ao presidente. O problema do Flamengo é sistêmico.

Mas tudo isso é papo pra depois de 03 de dezembro, data do último jogo do ano. Independente da atmosfera pesada que paira no ar, a ordem agora é juntar os caquinhos, ver o que sobrou de nós, respirar fundo e garantir a famigerada vaga pra Liberta. Qualquer coisa além disso é bônus, é luxo, é lucro.

SRN. E não é pouco não.


  

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