segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Nada resiste ao Muralha




Por Wagner Luiz Serpa

Semana passada, pela Sul-Americana, Diego Alves deixou sua clavícula em lance de coragem e arrojo, salvando o que poderia ser o primeiro gol do Júnior Barranquilla. A história de hoje começa por aí.

Já falei e vou repetir. Entendo o futebol como um esporte extraordinariamente coletivo, dentro e fora das 4 linhas. Mas tudo tem um limite. E esse limite é cruzado quando deixamos de observar o erro comum, o vacilo médio, e passamos a analisar o desatinado, o negligente. 

E após leve e breve reflexão, a conclusão que chego é que o goleiro Muralha é caso para estudo. Sinceramente, não consigo entender o que se passa pela cabeça do mais novo maior algoz rubro-negro. Um jogador em xeque, pressionado, execrado, repleto de péssimas atuações e recheado de culpa em gols bisonhos que tomamos, desde que o mesmo passou a vestir o rubro-manto. Será que este seria o comportamento e a mentalidade mais adequada para a sua atual realidade?

Ontem foi o ápice. Tentou fazer o que não precisava. O temerário. O improvável. Driblar um adversário a três metros de um gol vazio? Cá pra nós, isso não é coisa pra Muralha. Isso não é coisa nem pra Manuel Neuer. Logo ele que todos dizem que anda sofrendo de profunda crise de identidade e confiança, desde as mais recentes aparições e falhas homéricas pelo Fla. Será? Não pareceu. Não seria a boa e simples falta de qualidade técnica? Acredito na segunda hipótese.

No momento difícil que o clube atravessa, contando míseros pontos, juntando as migalhas, quase mendigando uma vaga pra Liberta, aquela atitude foi no mínimo irresponsável, leviana. Isso pra não usar outras palavras menos educadas porém mais adequadas. Era chutaço e acabou. Chute na bola, na crise, pra onde estiver apontando o nariz!

Concordo que o time como um todo não vem lá mostrando futebol de alto nível. Não! Mas ontem foram 27 finalizações do Flamengo contra apenas três do Santos. Eu disse três! Duas delas entraram. Na terceira, a trave teve que se encarregar de defender. Como pode? Nada resiste a isso.

Analisando a tabela do campeonato e os confrontos de nossos rivais diretos para as últimas vagas da Libertadores, vejo que, definitivamente, acendeu-se o sinal de alerta. Os quatro times, além do Flamengo, que ainda buscam a tal classificação jogarão em casa e três deles terão confrontos contra adversários pouco motivados e sem mais nenhum objetivo na competição. Já o Flamengo enfrentará uma equipe num sprint louco! Tentando escapar da degola e vindo de vitória fora de casa. E de virada. Abre o olho, Mengãozinho.

A fatídica 38ª rodada se aproxima e o temor, o fantasma de mais uma hecatombe rubro-negra ficará até lá em nossos corações, até as primeiras horas da noite de domingo.

Lembrai-vos de 17 de maio. Lembrai-vos de San Lorenzo.


SRN. E não é pouco não.

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