sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Futebol, uma ciência nada exata


Por Wagner Luiz Serpa

Dezembro de 2009. Essa foi a data que ele chegou ao Flamengo. De lá pra cá, um bom retrospecto em equipes da base, mas raríssimas participações no time principal. Em 2017, amargou ser rebaixado a 4º goleiro do plantel. Mas essa história pode estar tomando outro rumo desde a partida de ontem à noite.

Após a recente contusão do nosso principal goleiro e titular absoluto, Diego Alves, Alex Muralha voltou a defender a meta do Fla, fato que durou apenas dois jogos. Falhou feio novamente, foi fulminado por todos os lados e saiu de cena. Acredita-se que, no Flamengo, para sempre. Foi nesse momento que reapareceu o mais novo velho conhecido goleiro da Gávea: o jovem César.

Todo flamenguista que se preza sabe exatamente o quão penoso tem sido o dilema vivido pelos goleiros do clube neste ano. Falhas, lesões e muita, muita desconfiança. A maré não está pra peixe debaixo das traves rubro-negras.

E daí? O tempo não para. E ontem o Flamengo teve que entrar em campo novamente pra partida decisiva pela Copa Sul-Americana. De fato, a equipe esteve longe de fazer uma boa apresentação, mas, pelo menos, jogou com inteligência, respeitou suas limitações e, mesmo com a vantagem do empate, ainda garantiu a vitória e a classificação pra finalíssima. Mas, principalmente, ontem era dia de César.

O goleiro, que não jogava uma partida oficial há quase dois anos, foi brilhante, impecável durante todo o confronto, salvou o Mengão em defesa dificílima no comecinho do jogo e ainda pegou um pênalti no final, em momento crucial da partida. Isso mesmo, um pênalti! Se posicionou, não escolheu canto, esperou a batida do jogador e pulou com precisão. Do jeito que todo bom goleiro deve fazer.

A história de César é no mínimo interessante. Cria da base, nunca se firmou. Foi emprestado a times menores, se contundiu e, de volta à Gávea, jamais fora aproveitado por nenhum treinador. Ontem, ele ajudou a comprovar que o futebol nem sempre se pode medir, ou mensurar. Interessante mesmo é a vida, que nos prega peças a cada segundo.

O ano não acabou e a esperança de mais um título em 2017 ainda é uma chama acesa. O Independiente da Argentina é time de peso, maior campeão da Libertadores da história e essa final vai ser osso duro de roer. Não há dúvidas com relação a isso.

É respirar fundo e, assim como no jogo de ontem, colocar mais uma vez o cérebro em campo. Ruim de tudo, se trouxermos um resultado no mínimo mediano pra casa, no Maraca a gente resolve essa bronca.

E andam dizendo por aí que os argentinos são os favoritos pro duelo. Sinceramente? Eu gosto é assim.

SRN. E não é pouco não.

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