quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Flamengo sofre, mas consegue bom resultado na Liberta

 


Por Wagner Luiz Serpa

Nos dias que antecederam a batalha desta noite na cidade de Avellaneda, muito se ouviu falar que os donos da casa estariam em má fase, sobretudo na liga nacional. De fato, perderam todos os quatro jogos que disputaram no campeonato argentino, no entanto, não podemos esquecer que a mesma equipe venceu cinco das seis partidas da fase de grupos da Taça Conmebol. Temos que reconhecer que os argentinos sabem como jogar Libertadores e não à toa já venceram 25 edições do cobiçado torneio.

Em duelo disputado, corrido e equilibrado, foi no estádio El Cilindro que Racing e Flamengo se digladiaram ainda há pouco debaixo de muita chuva. Dadas as circunstâncias, o empate foi um excelente resultado, pelo menos para os visitantes.

O time do treinador Sebastián Beccacece iniciou o confronto marcando forte e marcando alto. Resultado disso, foi a extrema dificuldade na saída de bola do Mais Querido. Os rivais já estão ligados na falta de qualidade da defesa rubro-negra e querem mais é explorar isso nas costas de jogadores como Renê, que hora joga mal na esquerda, hora joga mal improvisado na direita. Thuler foi outro que não teve boa atuação.

Mas ninguém se compara à letargia e a incompetência de Léo Pereira, um dos piores zagueiros que já passaram pela Gávea e é impressionante a péssima performance do atleta, que erra passe, erra cabeçada, erra lançamento, erra no posicionamento, enfim, erra tudo. Dá medo de ver essa defesa jogar e já passou da hora do treinador olhar pro banco de reservas com mais cuidado.

Tanto que aos 12 minutos, após um bote errado do defensor, a bola sobrou na direita pro lateral improvisado Fabrício Domingues que cruzou na área para o desvio do atacante Hector Fértoli. O goleiro Diego Alves também colaborou no lance e permitiu o 1x0.

Por sorte, a resposta do Fla foi imediata. Dois minutos depois, em contragolpe fatal, Bruno Henrique arrancou pela esquerda e cruzou de trivela para Gabigol, dentro da área, empurrar pras redes e igualar novamente o placar.

O bom rendimento de BH27 foi o ponto alto da primeira etapa. O atacante parece recuperar a velha forma, com boa movimentação, muita velocidade pelas pontas, bons passes e com um chute colocado que explodiu no travessão.

Após o intervalo, o time de Rogério Ceni voltou pior, não conseguia ter a bola e dava ainda mais espaços para os argentinos. E os erros defensivos perduravam, jogada após jogada. O Racing chegou a converter três gols durante a etapa final, mas todos foram anulados pela fraca arbitragem venezuelana.

Aos 36, Thuler foi expulso por uma entrada de carrinho, o que tornou os últimos minutos de jogo ainda mais dramáticos. No final, o time do Ninho conseguiu segurar o empate e trazer a decisão da vaga pro Rio de Janeiro. Diante da fraquíssima apresentação do sistema defensivo, o atual campeão saiu foi no lucro.

Embora o cenário não seja dos mais favoráveis, o que nós torcedores acreditamos é que o grande objetivo do Flamengo no ano ainda seja o tricampeonato das Américas. E é exatamente por isso que temos a convicção que o que está sendo mostrado em campo pode não ser suficiente. Nós, rubro-negros de alma, conhecemos o tortuoso caminho até o suspiro final, sabemos dos percalços, da extrema dificuldade, do suor, do sangue e das lágrimas. Nós estivemos em Lima, de corpo presente ou em pensamento, todos nós estivemos lá.

E por isso sabemos também que jamais será por acaso ou por obra do destino que algum mortal cruzará os portais do triunfo, não! Libertadores é diferente, é única, é o torneio mais complexo do planeta. A Glória Eterna é pra poucos. 

Se liga, Flamengo.

SRN.

Instagram: @wagnerluizserpa

 


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